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Filme

Terapia de Risco

por Isabela Corrêa Cavalcanti Sá

Coordenadora Multidisciplinar da AAC

O filme intitulado "Terapia de Risco" traz a jovem secretária Emily Taylor (Rooney Mara), personagem melancólica, que espera a libertação do cônjuge, o ex-empresário Martin Taylor (Channing Tatum), da cadeia da região, sendo o momento de suposta felicidade um revés: Emily parece não lidar bem com a volta de Martin. Após jogar seu carro violentamente na parede de um estacionamento, acorda desnorteada em ambiente hospitar sob a responsabilidade do psiquiatra em formação Jonathan Banks (Jude Law) e uma conversa breve entre eles abre espaço para o médico tomar conhecimento do histórico depressivo da paciente, o qual foi agudizado pela prisão do marido e pela perda da vida que levava quando Martin estava envolvido em golpes monetários. Sem entender nada e refutando a possibilidade de internação - intenção inicial do Dr. Jonathan - ela recebe alta com juras de visitar o médico em uma consulta posteriormente.

Já na primeira consulta, Emily confessa ser uma ex-usuária de anti-depressivos e ansiolíticos. O Dr. Jonathan prescreve um medicamento tarja-preta comum para afastar os pensamentos ruins. Todavia, a medicação tem como efeito a sonolência e, de quebra, diminui seu apetite sexual. Nesse mesmo período, o médico passa a contactar a antiga psiquiatra de Emily, a pouco confiável Dra. Victoria Siebert (Catherine Zeta-Jones). Enquanto Emily se trata, ela assiste frequentes propagandas na televisão que anunciam um novo medicamento para depressão: o ablixa. De acordo com o comercial, a droga promete uma renascença, uma vida nova cheia de ânimo e energia e dando fim ao que se sentia antes. Sem pensar muito, na próxima consulta, ela pede que Jonathan a receite essa nova medicação. Comovido por ambos semblante e tom entristecidos da paciente, o psiquiatra cede e atende aos seus pedidos. O ablixa deu um “up” na rotina de Emily, retomando seu desejo sexual e disposição para os afazeres do dia a dia, mas também traz o sonambulismo como efeito colateral.

 

Até esse último momento, “Terapia de Risco” segue uma proposta narrativa bastante coesa, condizente com a crítica ao sistema farmacêutico. Questiona o trabalho que os laboratórios fazem ao seduzir profissionais da saúde com vantagens para que indiquem seu produtos e retrata o entorpecimento da população através desses medicamentos cada vez mais prescritos sem necessidade. Em contrapartida, acontecimentos muito mais ruins ainda estão por vir. A relação médico-paciente começa a adquirir novos limites depois que Emily se envolve em uma situação trágica pelo uso do ablixa, comprometendo a vida do Dr. Jonathan em demasia. Apesar de ter seu lado profissional e pessoal virados ao avesso, o psiquiatra exigirá uma investigação até que a verdade seja encontrada. A partir daí, há inúmeras reviravoltas.

 

Se “Terapia de Risco” faz uso inadequado de alguns locais pensáveis para thrillers norte-americanos, o mesmo não pode ser dito da dupla principal do filme. Tanto Jude L. (Jonathan Banks) quanto Rooney M. (Emily Taylor) procuram atuar na contramão do esperado para o gênero. Quando seus personagens revelam motivações frágeis, ambos procuram contrabalancear essas nuances ao atrair a atenção para outros pontos. E se o roteiro por vezes é inadequado, também se observa coisas elogiáveis, como a não banalização do enredo com romances eróticos. É importante ressaltar que a direção na maioria das vezes distante e gélida de Steven Soderbergh combinaram com a proposta da trama.

Data de lançamento: 8 de março de 2013

Duração: 1h46m

Direção: Steven Soderbergh

Elenco: Rooney Mara, Jude Law, Channing Tatum, Catherine Zeta‑Jones

Gêneros: Suspense

Nacionalidade: EUA 

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