Temple sempre teve grande talento para as áreas que envolviam planejamento, aritmética e geometria. Além disso, desde pequena, quando visitava a fazenda de sua tia no Arizona, demonstrava possuir bastante afinidade pelos animais. Esses fatos acabaram influenciando fortemente a escolha de sua futura profissão e tornaram-na responsável por revolucionar o tratamento ao gado nos EUA, com propostas para humanizá-lo. Temple criou um brete de contenção para bovinos, inspirado em sua própria "máquina de abraços", utilizada por ela para lhe proporcionar conforto durante ataques de pânico, já que, como autista, não gostava da experiência do toque de outras pessoas. O brete criado por Temple para o gado possibilitava maior segurança e "conforto" na hora de estes serem examinados, marcados ou receberem tratamento veterinário. Ainda, Temple desenvolveu mecanismos que diminuíam o estresse do gado no momento do abate, possibilitando carnes de melhor qualidade.

Temple Grandrin representa uma inspiração para todos que conhecem sua trajetória: não somente ela teve que superar as barreiras que a doença lhe impunha, como também, enfrentou o preconceito de ser mulher em uma profissão (agropecuária) que era dominada por homens. Pela sua persistência, auto-confiança e pelo apoio que recebeu principalmente de sua mãe e de alguns professores, Temple conquistou seu espaço no mercado de trabalho, não permitindo que o autismo fosse empecilho para que outros a considerassem menos capaz. Hoje, Temple realiza inúmeras palestras sobre a doença, mostrando para portadores de autismo e suas famílias que a presença desta condição não impede aqueles que convivem com ela de ir em busca de seus sonhos e realizá-los.

Confira abaixo uma palestra de Temple para o TedTalks, em 2010, sobre como funciona a mente de um autista.