Filme
Linha Mortal
por Gustavo Adolfo Kuriyama Massari
Coordenador de Mídia da AAC
Ao iniciarmos o curso de medicina, nos deparamos com as magias da área médica e associada a isso, a curiosidade latente em nossas cabeças. Temos vontade de tudo e mais um pouco para atingirmos o tão venerado conhecimento que algumas vezes exigem experiências mais arriscadas.
Nesse contexto, apresento o filme Linha Mortal, de 1990, dirigido por Joel Shcumacher que conta a história de um estudante de medicina, Nelson, que está obcecado com a ideia de descobrir o que ocorreria após a morte, já que, para ele, religião e filosofia falharam nesse ponto. Para tanto, se reúne com alguns colegas para por seu plano em prática.
Sua ideia envolve, de maneira controlada, provocar sua própria morte e, com o auxílio dos amigos, ser ressuscitado, buscando desse modo retomar as prováveis experiências ocorridas após a morte. Embora aparentemente bem sucedido, o experimento faz com que Nelson e seus colegas retornem à vida com experiências e memórias tão vívidas quanto traumáticas.
O conflito entre ciência e religião também aparece: os estudantes pensam em “Deus” nos momentos mais difíceis do filme. Quando Joe, Rachel, Nelson e David estão sofrendo diante da manifestação de seus traumas do passado, Randy diz “estamos pagando pela nossa arrogância” – a arrogância, neste caso, seria a pretensão científica de obter respostas que entram no domínio religioso; o que se confirma no final do filme, quando os estudantes não estão conseguindo trazer Nelson de volta e David suplica “desculpe Deus, nós penetramos o seu território”. A ideologia religiosa que se manifesta no filme é predominantemente cristã, mas percebe-se a presença do conceito hindu “karma”, também incorporada no Espiritismo.
O filme “Linha Mortal” ilustra muito bem as ideologias que atravessam os discursos sobre as experiências de quase-morte. Curiosamente, o filme termina com a imagem de “Deus” apontando o dedo para nós, que assistimos ao filme – transmitindo a noção do poder Dele sobre nós diante das nossas escolhas, e do nosso livre-arbítrio perante elas, trazendo boas ou más consequências. Um filme que vai intrigar muitos a repensar questões como religião e ciência no desenvolvimento da medicina. Vale a pena!
Data de lançamento: 10 de agosto de 1990
Duração: 1h55mim
Direção: Joel Schumacher
Elenco: Kiefer Sutherland, Julia Roberts, William Baldwin, Oliver Platt e Kevin Bacon.
Roteirista: Peter Filardi
Gêneros: Suspense
Nacionalidade: EUA