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Entrevista

por Camylla Santos de Souza

Presidente Fundadora da AAC

Dr. João David de Souza Neto

Coração de Médico

por Jonathan Augusto Venceslau Lima

Coordenador de Ensino da AAC

Definir um título para uma entrevista nunca é uma tarefa fácil, pois, normalmente, o entrevistado tem muitas informações que gostaríamos de destacar. No entanto, as respostas para as seis perguntas a seguir não nos deixaram dúvidas que Coração de Médico é a melhor síntese para a primeira entrevista do Site AAC.

Dr. João David de Souza Neto, orientador da AAC - Associação Acadêmica de Cardiologia, gestão fundadora, 2016 a 2018, foi presidente do 71º Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, de 23 a 25 de setembro de 2016. Atua como coordenador da Unidade de Transplante e Insuficiência Cardíaca do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Stuart Gomes, referência no tratamento de cardiopatias no Brasil. Graduou-se em medicina pela Universidade de Pernambuco, em 1975 e concluiu doutorado pela Universidade de São Paulo. É fellow da European Society of Cardiology (ESC) e membro da International Society for Heart and Lung Transplantation (ISHLT). Já foi diretor do Hospital de Messejana, em 1989, e presidente do Departamento Brasileiro de Insuficiência Cardíaca (gestão 2012/2013). Atualmente, é diretor de Departamentos Especializados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (gestão 2016/2017).

AAC - O senhor já deve ter enfrentado muitas circunstâncias difíceis, dolorosas e inusitadas como médico. Então, qual foi a experiência mais marcante no exercício da profissão?

Dr. João David de Souza Neto - Com 41 anos de formado e muita experiência na clínica cardiológica, já passei por momentos que vão da tristeza à alegria. Mas a experiência mais marcante foi ter enfrentado, aos 63 anos, a defesa da tese de doutorado, em outubro de 2015 na Universidade de São Paulo, diante de uma banca de ilustres colegas e na presença de amigos e familiares, como esposa, mãe e netos. Foi marcante e emocionante. 

AAC - Como o senhor lida com a morte de um paciente?

Dr. João David de Souza Neto - Como um clínico nato e trabalhando com muitos pacientes que dependem de intervenções complexas, como o transplante cardíaco, sempre lamentei a morte de cada paciente que perdi, mas é necessário ter palavras de conforto para os familiares. Isso é muito importante para formar a personalidade de cada médico. 

AAC - Para o senhor, qual a principal qualidade que um médico deve ter? Por quê?

Dr. João David de Souza Neto - Ser médico não é pra qualquer um. Trabalhamos com a dor dos outros, por isso, o médico tem que ter preparo, muito estudo, atualização e, principalmente, compromisso com cada paciente. Não basta só tratar, mas curar todas as dores também. Um bom médico deve saber se transportar para o outro lado, o lado do paciente. 

AAC - Em geral, os acadêmicos de medicina têm muitas dúvidas quanto à especialização que pretendem seguir. Qual o conselho que o senhor pode dar para os futuros médicos?

 

Dr. João David de Souza Neto - Primeiro, fazer um bom curso de medicina buscando o conhecimento amplo do corpo humano. Depois, uma boa residência, escolhendo a especialidade com que você melhor se identifique e que esteja preparado para desempenhar, seja qual for. Ainda, mesmo que o seu interesse seja cirurgia, é mister ter um conhecimento amplo de clinica médica. A clínica ainda é soberana. 

AAC - Como o senhor vê a Associação Acadêmica de Cardiologia quanto aos nossos projetos e atuação?

Dr. João David de Souza Neto - Criada durante o Congresso Brasileiro, é a associação que mais desempenhou atividades na Cardiologia neste ano e cujo intuito é fornecer oportunidades para o acadêmico no seio da especialidade, seja esta a sua escolha futura ou não. Exerce um papel extremamente importante no meio acadêmico, já que as doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo moderno e precisamos de profissionais competentes para tratá-las. 

AAC - O que o senhor pensa a respeito do processo de residência no país? Na sua opinião, o que poderia ser melhorado?

Dr. João David de Souza Neto - Como falei, a residência médica é fundamental na formação do profissional. Porém, sabemos que, no país, existem residências boas e ruins. É preciso que os órgãos competentes forneçam melhores condições para que elas funcionem a contento. 

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