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Matéria Especial

Coração Feminino

por Bianca de Negri Souza

Coordenadora de Mídia da AAC

No Brasil, as mulheres são cada vez mais acometidas por doenças cardiovasculares. Cerca de 30% dos casos de infarto agudo do miocárdio são do sexo feminino. Além disso, o infarto é mais fatal, elas têm duas vezes mais risco de morrer. Isso ocorre principalmente pelo fato das artérias coronárias serem mais estreitas, a busca tardia de atendimento e a dor menos intensa.

Em geral, a doença arterial coronariana aparece na mulher 10 anos mais tarde que nos homens, ou seja, elas costumam infartar por volta dos 50 anos, após a menopausa. As mulheres ainda em idade fértil contam com o hormônio estrógeno, atuando no metabolismo do colesterol, aumentando os níveis de HDL e diminuindo os do LDL, o que confere certa proteção natural ao coração, diminuindo assim o risco de infarto.

Os sintomas também são diferentes entre os sexos. Enquanto os homens apresentam sintomas típicos como dor torácica de inicio súbito que pode ou não e irradiar para outras partes do corpo, especialmente para o braço esquerdo, as mulheres apresentam sintomas como dispneia, fadiga intensa, náuseas e dor em região epigástrica.

Embora, o infarto seja mais frequente após a menopausa, existem sim casos em mulheres durante a idade fértil. Nestas, a fisiopatologia está mais frequentemente relacionada à trombose, cujo principal fator de risco é o uso de anticoncepcionais orais combinados que aumenta o risco de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e trombose venosa. Por isso, a busca por um método seguro e eficaz de contracepção também merece destaque.

Assim como nos homens, é importante identificar e controlar os fatores de risco como: hipertensão, dislipidemia, diabetes, tabagismo, história familiar, obesidade e sedentarismo. Adotar um estilo de vida com hábitos saudáveis é sem dúvida a melhor forma de prevenir eventos cardiovasculares.

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