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Matéria Especial

Estimulação cardíaca implantável como nova área de atuação

por Thiago Guimarães Teixeira

Associado da AAC

Palpitação cardíaca, pulso acelerado, sensação de nó na garganta, falta de ar, sensação de que o coração vai parar. Qualquer alteração no ritmo das batidas do coração, que pode fazer com que ele bata mais rápido ou mais lentamente, ou simplesmente fora do ritmo, caracteriza a presença de uma arritmia cardíaca. 

 

A condição pode tanto ser benigna, quando não altera o desempenho das funções do coração, quanto maligna, quando provoca sintomas que alteram o andamento regular da vida do indivíduo e oferece risco de morte ou graves sequelas. Neste caso a arritmia pode levar ao desenvolvimento de doenças do coração, parada cardíaca e até morte súbita. 

Existem condições de saúde prévias que, capazes de danificar o sistema elétrico do coração, que podem desencadear arritmia, como: hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana, infarto agudo do miocárdio, hiper e hipotireoidismo, entre outras.

A arritmia também pode surgir em decorrência de alguns hábitos que afetam a saúde do coração, como: estresse, tabagismo, alcoolismo, uso de drogas, ingestão de doses excessivas de cafeína, uso de determinados medicamentos, exercícios físicos intensos.

Quadros graves de arritmias geralmente são tratados com o implante de um estimulador cardíaco artificial (marca-passo ou desfibrilador).  Os dispositivos eletrônicos de estimulação cardíaca surgiram na década de 50 com o incremento da cirurgia cardíaca, objetivando o tratamento elétrico dos bloqueios atrioventriculares.

Com o passar dos anos, esses aparelhos tiveram suas performance e função otimizadas, oferecendo atualmente diversidade no seu modo de funcionamento e parâmetros programáveis, com capacidade de assegurar uma estimulação elétrica confiável.

Durante muitos anos, cardiologistas e cirurgiões cardiovasculares trabalharam intensamente com estimulação cardíaca artificial, cada qual seguindo diretrizes e protocolos propostos pelas suas respectivas sociedades de classe. A atuação destes profissionais, a partir de agora, deverá se tornar mais uniforme, pois uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou a criação da Área de Atuação Conjunta em Estimulação Cardíaca Implantável proposta pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular. 

A Área de Atuação Conjunta em Estimulação Cardíaca Implantável prevê os requisitos básicos para os programas que visem à formação de profissionais, além de ementas das disciplinas, detalhamento para estágios e descrição das características necessárias para os centros formadores de profissionais. 

A decisão do CFM foi recebida com alegria por cardiologistas e cirurgiões cardiovasculares, por considerarem que a estimulação cardíaca agora é definitivamente considerada uma subespecialidade da Cardiologia e da Cirurgia cardiovascular no Brasil. Para a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, esta integração foi imprescindível, já que para atuar com abrangência e competência na especialidade, é necessário treinamento específico em técnicas cirúrgicas de variadas complexidades e também na leitura, na interpretação e na programação eletrônica dos diversos tipos de dispositivos disponíveis no mercado.

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