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Matéria Especial

Avanços na Cardiologia

por Jonathan Augusto Venceslau Lima

Coordenador de Ensino da AAC

Em 1953, F. John Lewis realizou a primeira cirurgia cardíaca a céu aberto, com o fechamento de uma comunicação interarterial, com sucesso. Desde essa época, muita coisa mudou: o emprego da tecnologia por meio da telemedicina e das cirurgias robóticas está transformando a forma de se praticar a cardiologia.

Um desses avanços é o chip criado por especialistas do St. Jude Medical, intitulado CARDIO MEMS HF System, usado por cardiologistas do Hospital Monte Sinai (EUA) para controlar melhor os sintomas e reduzir a chance de uma nova hospitalização de pacientes com insuficiência cardíaca descompensada. Ele é implantado diretamente no coração e monitora a artéria pulmonar, oferecendo informações diárias para a equipe médica, sendo um divisor de águas em questão de monitoramento nesse tipo de paciente e abrindo caminho para o surgimento de outros dispositivos.

Um grande avanço da tecnologia que chegou para revolucionar a Cirurgia Cardíaca foi a Cirurgia Robótica. Utilizando um equipamento altamente preciso de apenas quatro pinças, a Cirurgia Robótica possibilita procedimentos minimamente invasivos, como troca de válvulas e correção de arritmias, realizando a incisão cirúrgica pela aréola ou região infra-mamária e, assim, possibilitando uma recuperação, risco de infecção e caráter estéticos muito melhores. 

Mais um avanço é a tecnologia TAVI (Transaortic ValveImplant), que é o implante de válvula aórtica de pericárdio bovino por meio de uma incisão na artéria femoral, por exemplo, minimizando um trauma maior na cirurgia.

Uma outra inovação na Cardiologia atual é a mesa de simulação 2D, uma tela digital de 56 polegadas, touch screem, que se assemelha a um leito ou maca de hospital.

Segundo o cardiologista da Socesp, Mucio Tavares de Oliveira Júnior “A mesa 2D reproduz algumas situações reais, como um paciente com falta de ar ou com dor. Se, na simulação, o cardiologista optar pela realização de um procedimento mais sério, como entubar o paciente, ele aparecerá com um tubo na boca, sedado e conectado ao respirador."

"O instrumento permite a realização de exames como eletrocardiograma, avaliação e medicação de acordo com os sintomas apresentados, proporcionando uma discussão mais realista sobre a situação e não apenas hipóteses”, explica o médico.

A mesa 2D é uma excelente tecnologia para discussão de casos, por possibilitar uma fácil disposição de exames, medicamentos e procedimentos que podem ser discutidos antes e depois de realizá-los no simulador, sendo muitas vezes mais eficiente do que manequins. Além disso, ela pode ser programada de acordo com o tipo de treinamento e grau de dificuldade adequada desde a graduação até treinamentos para profissionais formados em cardiologia.

Como se vê, esses são apenas alguns avanços na área da cardiologia. Descobertas do passado, como o desenvolvimento das técnicas de cateterismo cardíaco, por Werner Forssmann, em 1929, ou a invenção do Captopril e tantos outros medicamentos, pelo brasileiro Sérgio Henrique Ferreira, inspiraram e continuam inspirando gerações de acadêmicos e médicos pesquisadores, mostrando que a cardiologia é um campo de infinitas inovações, que mudaram e continuam transformando a qualidade de vida dos pacientes cardiopatas.

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