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Biografia

Dr. Domingo Marcolino Braile

por Yngrid de Souza Luz

Secretária/Tesoureira da AAC

Grande Dr. Domingo Braile!


Médico, pesquisador, engenheiro, piloto de avião, professor, apaixonado pela vida e pelo conhecimento. Teve como opção a medicina, mas ainda sim conseguiu exercer todas essas atividades. Excelente profissional, suas palavras reforçam: “O verdadeiro médico sempre existiu. Ele já nasce médico. Com o progresso tecnológico, simplesmente foi possível aperfeiçoá-lo.”


Domingo Marcolino Braile , filho do médico Lino Braile e de Maria Neviane Braile, nasceu em Nova Aliança, São Paulo, em 8 de abril de 1938. Casado com Maria Cecília Braga Braile, teve duas filhas, Maria Cecília Patrícia e Maria Cristhiane Veleria. Braile, médico cirurgião, iniciou sua carreira em 1957, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, terminando seus estudos no ano de 1962. Teve uma forte influência de seu pai para seguir esta profissão, bem como foi motivado por sua habilidade com máquinas e pelo seu professor, Zerbini.

Na Faculdade de Medicina de São Paulo (FMUSP), foi aluno e colega de uma geração que criou e desenvolveu a cardiologia brasileira. Depois de formado, manteve o plano original de voltar para cidade onde cresceu, São José do Rio Preto, levando para lá seus conhecimentos sobre a cardiologia, além das práticas de cirurgias cardíacas.
 

No período de 1952 a 1962, organizou a oficina experimental do Serviço de Cirurgia Cardíaca do professor Zerbini, como também foi membro da equipe de experimentação de equipamentos e válvulas para cirurgias cardíacas no Departamento de Cirurgia Cardíaca da FMUSP. 

 

No ano de 1963, realizou a primeira cirurgia com circulação extracorpórea na Santa Casa de Saúde de Santa Helena, no interior no Brasil. Em 1968, fez parte do corpo clínico do Hospital Infante D. Henrique da Sociedade Portuguesa de Beneficência de São José do Rio Preto, na área de cirurgia cardiovascular, onde criou o Serviço de Cirurgia Cardíaca.

 

Implantou também neste mesmo hospital o Serviço de Tratamento Intensivo e o de Residência Médica. Foi eleito diretor clínico em 1968, permanecendo durante 17 anos.

 

Em 1991, fundou o “Instituto Domingo Braile”, no qual foram realizadas 6340 operações com Circulação Extracorpórea, 650 sem circulação extracorpórea; e implantes de 5760 marca-passos. Nesse mesmo ano, criou o Serviço de Cirurgia Cardíaca no Hospital de Base de São José do Rio Preto. 

Domingo Braile hoje tem, em seu currículo, mais de 30 mil operações cardiovasculares. O seu crescimento profissional sempre esteve ligado às pesquisas científicas e desenvolvimento de técnicas e produtos para o aperfeiçoamento da área cardiovascular.
 

Em 1973, criou a 1º válvula brasileira feita de tecido bovino, sendo uma de suas criações mais importantes. Em 1977, liderou a fundação da IMC Biomédica (atual Braile Biomédica, sob sua direção), com a produção de válvulas biológicas cardíacas e enxertos de pericárdio bovino. Em 1985, criou um “marca-passo cardíaco externo” e um “estimulador esofágico” e, em 1988, desenvolveu um “oxigenador de membranas” para o sistema de circulação extracorpórea, fundamental à cirurgia cardíaca. Neste mesmo ano, 1988, começou a desenvolver no país a técnica de “cardiomioplastia”. Dez anos depois, em 1998, iniciou o desenvolvimento de tratamentos para aorta: endoprótese, cateter balão, filtro para veia cava e mola para embolização, bem como endopróteses para o trato gastrointestinal e sistema para perfusão intraperitoneal. Em 2008, iniciou o desenvolvimento de uma válvula biológica para implante via cateter, a Inovare Válvula Transcateter. Esta válvula transcateter ganhou o prêmio Inova em 2012, concedido pela Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abino), em abril de 2012.

Possui 35 patentes e depósitos de produtos desenvolvidos, além de projetos de inovação tecnológica financiados pela Subvenção Econômica - Finep, desde maio de 2010. Domingo Braile realizou demonstrações cirúrgicas de técnicas operatórios em vários centros médicos brasileiros e no exterior: Índia, Japão, China, onde recebeu título de Professor Honorário da Universidade de Guiyang. Na área de educação, exerceu cargos de administração, na maioria dentro da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. No ano de 1990, obteve o título de doutor em medicina no Curso de Pós-Graduação em Cirurgia Cardiovascular pela Escola Paulista de Medicina. Em 1994, foi aprovado no concurso de habilitação à livre docência em medicina, subárea de cirurgia cardiovascular da Universidade Gama Filho do Rio de Janeiro, com a tese Cardiomioplastia Dinâmica em 10 anos: Análise Crítica e Experiência Pessoal.

Domingo Braile, entre 1993 e 1994 foi presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular. Foi eleito em 2008  diretor da Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (RBCCV), ocupando até hoje cargo de editor chefe. É um dos 5 brasileiros dentre os 600 exclusivos integrantes da American Association for Thoracic Surgery (AATS). Em 1986, foi agraciado com o Título de Comendador da Ordem da Benemerência pelo Governo de Portugal. 

Em 2009, foi condecorado com a mais elevada Honraria do Estado de São Paulo: a Ordem do Ipiranga, reservada aos cidadãos brasileiros e estrangeiros que prestaram serviços notórios aos paulistas. Domingo Braile recebeu diversos prêmios: Prêmio Inova Abimo 2012; Prêmio Benedicto Montenegro, concedido pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 2012; e o Prêmio Finep de Inovação 2011.
 

"O Médico de verdade já nasce Médico. A escola apenas organiza seus conhecimentos e sua conduta".

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